sábado, 22 de maio de 2010

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Despedida - Betusko



Lá vai o trem das seis 
e eu ficando aqui parado 
pressentindo o vai-e-vem 
perscrutando o coração 
sondando aparvalhado 
fiapos de emoção 
neste dia tão nublado.

Foi-se embora o trem de aço
com belém, belém na curva
tengo-lengo, tengo-lengo
e eu sentado aqui sozinho
transmutando pensamentos
tombado na plataforma
sentindo um vazio enorme
colhendo uma dor infame
neste tão duro momento
da separação disforme
da alma presa no arame:
eu prá cá, você tão longe.

3 comentários

SÔNIA PILLON

Betusko, estamos sempre no ir e vir do trem da estação, do que se vai e do que chega... Metáfora poética, muitas vezes... Quem já não passou ou passa por isso?... Gostei!

Jorge Xerxes

Betusko,

Imagem e Sentimento Transbordam de Seus Versos - É Tocante; Existe Beleza, Existe Pureza na Dor!

Um Grande Abraço, Jorge X

Paola Rhoden

Como sempre digo, a distância nos deixa assim, tristes e sós. Lindo poema amigo.