V – NO ZOOLÓGICO
Uma vez por ano vamos todos ao zoológico. Para marcar a nossa
chegada, fazemos tudo o que uma família alegre e saudável faz: comemos
quilos de cachorros-quentes, chupamos dezenas de picolés de limão e
tomamos litros e litros de refrigerantes com gás. Além disso, para a alegria
dos fotógrafos ambulantes, tiramos muitos retratos para o nosso álbum,
coletiva e individualmente.
Cumprida essa etapa inicial, passamos ao que interessa: os animais.
Mamãe e papai se metem no escritório para ver o administrador. Vovô e
vovó preferem o doce inferno marrom dos banheiros e lá se enfiam à cata
de usuários incomuns. O tio e a tia, generosos, se ocupam em distribuir
amendoim e pipoca às crianças e seus respectivos pais. Eu, que sou o mais
jovem, gasto o meu tempo pelas alamedas, os olhos grudados em qualquer
coisa que tenha tetas e bundas cobertas por minúsculos shorts.
Quando o fim da tarde se anuncia, o estacionamento é nosso ponto de
encontro. A expressão de felicidade no rosto de cada um confirma o
sucesso do passeio. Dói apenas deixar o zoológico, abandonar os animais à
própria sorte. Isso nos corta o coração.
terça-feira, 25 de maio de 2010
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EM FAMÍLIA - Capítulo 05
autor(a): Parreira
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