1.
no início, o poema disse:
faça-se o humano
e construamos uma casa onde possa morar
de seguida, criemos os vasos
que comunguem dos versos [veias]
e alimentemos de memória
todas as células do corpo
finalmente, colocaremos as mãos
sobre o peito e dançaremos
os arquétipos [história]
e diremos que nada é tão perfeito
como a roda que se alimenta
das mãos
que erguem.
2.
a água evoca,
mas não oscila
e o riso perene das criaturas
é o riso do verso ainda por vir,
dos limites da terra,
os limites do corpo,
do corpo ainda fechado
e sem forma,
um canto inconcluso
de giesta
nas margens sorrateiras do aluvião.
Imagem: Katja Faith
4 comentários
E seja feita a luz dos belos poemas, como este.
Abraços
Gostei de te ler também aqui.Beijos
Muito obrigado, Caro Betusko!!
Grande abraço. Com muita luz!
Jorge
Poeta do Algueirão, essa poesia é tão bela! Leve como uma pluma esvoaçante, oscilando entre as nuvens do céu e a firmeza da terra... Sublime!
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