domingo, 6 de junho de 2010

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EM FAMÍLIA - Capítulo 09

IX – BRIGA DE GALOS

Antes mesmo que os galinhos comecem a briga, mamãe dá a primeira
bordoada no apostador à sua frente. Papai, aproveitando o susto dos
galistas, massacra três ou quatro. Vovô não suja as mãos, mas a sua
bengala espalha o pânico entre os apostadores. Os galinhos, perplexos, não
se enfrentam, não se movem. Em compensação, eu e a tia botamos sete
pra correr. Vovó trabalha à moda antiga: alisa primeiro e depois bate. O
tio apenas contabiliza as baixas e providencia as ambulâncias.
Muito embora pareça, o nosso comportamento nas brigas de galo nada
tem de cruel. Pelo contrário, ele é uma prestação de serviços à
comunidade, uma tentativa de coibir o vício das apostas. E isso pode ser
confirmado de maneira bem simples, por qualquer um: ninguém,
absolutamente ninguém sai perdendo com as nossas intervenções. Os
galinhos conservam as suas penas e o dinheiro não sai do bolso dos galistas.
Mesmo assim, eles não entendem. São uns mal-agradecidos. E ainda
querem nos afastar das rinhas...

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