RE(DE)SENHAR "UM ÚLTIMO TRAGO"
Por Francisco Coimbra.
I
No Brasil o uso da crase é mesmo uma "crise", até os escritores a usam de forma incorrecta. Ou, a contracção "a + a" faz sentido em «um amor alimentado à nicotina»? Confesso que seria interessante pensar em alimentar amor à Nicotina se ela fosse boa, simpática, receptiva, interessada, essas coisas necessárias para uma aproximação bem sucedida. Não quero ter dado cabo da minha resenha, ainda antes da começar!
Procuro um produto de síntese: pim, pam, pum! Com um Pum!, final e determinante. Não continua como na contagem do «Pim, pam, pum, cada bola bate num», fica. Mentira, tem de continuar, para ver se escrevo alguma coisa que mostre conhecimento da história; objectivo confesso deste autor.
Já devo ter confessado de mais. O leitor já é autor quando devia estar quedo, quieto, atento e silencioso, emerso na leitura. Ainda não acabei de ler e já estou nesta escrevinhação, foi a experiência da primeira f(r)ase!
II
Não vou dar para primos o que pode ficar entre irmãos, mas a incerteza é aceite e aceitável, até agrada a quem a agarra e lhe sente as curvas dum corpo móbil no desejo do sentir móvel, movente, comovente como uma história bem contada. Sem pressa, com arte, faço esse registo! Para já, de seguida, vou ser mais rápido do que o pensamento reduzindo um conto com princípio meio e fim a uma breve história transformada numa anedota sem graça. Vai ser assim:
A irmã, mais velha, inicia o irmão no amor e no tabaco, associando-se estas duas memórias na memória do autor narrador, o irmão. Dá a entender, no final da história, que com esta se abre a um novo ciclo. O pai vai iniciar a filha no amor e no tabaco, juntando mais um incesto no cesto dos acontecimentos onde a Vida tem tudo, até a presença da Morte. A mãe irmã morreu, depois de ter tido um cancro de pulmão que, na tentativa médica para o debelar, levou à amputação dum seio.
Está contada a história, faltam os pormenores. Por menores, guardo-os para amanhã. Também eu tentando fazer render a história, na tentativa duma outra fazer, resumindo o que conto. Amanhã voltarei a reler, para ver se ainda lá está, se ainda lá estão os pormenores. Se os esquecer, quais me irão de novo aquecer?
III
É um pormenor importante dizer o que o narrador dá a entender sobre o seu autocontrole e envolvimento emocional com o tabaco, o mesmo se desenrola e rola na história. É ler para crer mas, em vez de acreditar, pode querer... descobrir a história de outro modo: à sua maneira!
A exclamação, gosto dela quando tem este poder de me fazer levantar voo, sair disparado como um foguete... Pum! Muito depois de ter visto a luz da palavra brilhar ou, se se prolongar…, aproxima-se tanto que, de repente, até já cheira mal! Vou arejar.
No Brasil o uso da crase é mesmo uma "crise", até os escritores a usam de forma incorrecta. Ou, a contracção "a + a" faz sentido em «um amor alimentado à nicotina»? Confesso que seria interessante pensar em alimentar amor à Nicotina se ela fosse boa, simpática, receptiva, interessada, essas coisas necessárias para uma aproximação bem sucedida. Não quero ter dado cabo da minha resenha, ainda antes da começar!
Procuro um produto de síntese: pim, pam, pum! Com um Pum!, final e determinante. Não continua como na contagem do «Pim, pam, pum, cada bola bate num», fica. Mentira, tem de continuar, para ver se escrevo alguma coisa que mostre conhecimento da história; objectivo confesso deste autor.
Já devo ter confessado de mais. O leitor já é autor quando devia estar quedo, quieto, atento e silencioso, emerso na leitura. Ainda não acabei de ler e já estou nesta escrevinhação, foi a experiência da primeira f(r)ase!
II
Não vou dar para primos o que pode ficar entre irmãos, mas a incerteza é aceite e aceitável, até agrada a quem a agarra e lhe sente as curvas dum corpo móbil no desejo do sentir móvel, movente, comovente como uma história bem contada. Sem pressa, com arte, faço esse registo! Para já, de seguida, vou ser mais rápido do que o pensamento reduzindo um conto com princípio meio e fim a uma breve história transformada numa anedota sem graça. Vai ser assim:
A irmã, mais velha, inicia o irmão no amor e no tabaco, associando-se estas duas memórias na memória do autor narrador, o irmão. Dá a entender, no final da história, que com esta se abre a um novo ciclo. O pai vai iniciar a filha no amor e no tabaco, juntando mais um incesto no cesto dos acontecimentos onde a Vida tem tudo, até a presença da Morte. A mãe irmã morreu, depois de ter tido um cancro de pulmão que, na tentativa médica para o debelar, levou à amputação dum seio.
Está contada a história, faltam os pormenores. Por menores, guardo-os para amanhã. Também eu tentando fazer render a história, na tentativa duma outra fazer, resumindo o que conto. Amanhã voltarei a reler, para ver se ainda lá está, se ainda lá estão os pormenores. Se os esquecer, quais me irão de novo aquecer?
III
É um pormenor importante dizer o que o narrador dá a entender sobre o seu autocontrole e envolvimento emocional com o tabaco, o mesmo se desenrola e rola na história. É ler para crer mas, em vez de acreditar, pode querer... descobrir a história de outro modo: à sua maneira!
A exclamação, gosto dela quando tem este poder de me fazer levantar voo, sair disparado como um foguete... Pum! Muito depois de ter visto a luz da palavra brilhar ou, se se prolongar…, aproxima-se tanto que, de repente, até já cheira mal! Vou arejar.
1 Comentário
Paola, é uma satisfação ler e votar em sua resenha. Um texto sofisticado e bem escrito. Parabéns!
Mimi Assis - Portal Literal
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