terça-feira, 6 de julho de 2010

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A Dama do metrô - 13

Ela, que ainda não tinha um nome sentia-se feliz. Contente rolava pelo campo. Colhendo o aroma quente e saboroso do antúrio vermelho que caiam do céu. Literalmente chovia antúrios sobre ela, vastos, enormes, de todos os tipos e formas, todos vermelhos. Abraçava pencas e pencas de antúrios cobrindo-a totalmente.

Uma enxurrada fálica satisfazendo seus recolhidos anseios. As espádices batiam em seu rosto, em seus olhos, sua boca, caia nos seios beijando os bicos arrepiados, entre as coxas se espremiam num delicioso aconchego de querer mais.

Ela que ainda não tinha um nome, rolava de um lado para outro, não conseguia abraçar todo antúrio, não conseguia segurar de uma vez só, as espádices que roçavam sua carne nua e provida de sexualidade.

Ao virar o rosto para a esquerda notou um antúrio preto. Assustou-se. Antúrio preto? Existe? Pouco lhe importava se existissem ou não, o certo era que ele estava cutucando seu ombro esquerdo. Uma vez ou outra, avançando chegava quase na garganta.

- Que coisa! – gemeu baixinho.

Mas não se importou. Gostava. Nisso, com uma violência inusitada, o antúrio preto com sua espádice vermelha, deu-lhe uma estocada que a fez se sobressaltar.

Despertou. Cochilava. Olhou para cima e viu o rosto moreno que maliciosamente lhe sorria. Devolveu o sorriso. Notou a mala quase arrebentando o zíper. Aproveitando o solavanco do trem, jogou o corpo mais para a beirada do banco, assim podia sentir a alça da mala com mais veemência em seu ombro.

- Estação Sé, desembarguem pelo lado esquerdo do trem.

Que merda! Precisava descer. Levantou bem devagar levando a mão que roçou o volume do antúrio com sua espádice ereta. Em pé, rosto com rosto, lambeu mentalmente os dentes brancos e perfeitos do moreno, enquanto seus olhos despejam brilhos convidativos para que a seguisse. No entanto, o moreno sussurrou em seu ouvido.

- Quero-a toda nua para mim, me liga. – disse pausadamente enquanto lhe entregava um cartão.

Ela, que ainda não tinha um nome, guardou o cartão, e por sua vez, numa voz sexualmente provocante, respondeu:

- Ligarei sim, pode esperar.

Da plataforma deu tempo ainda de ver o moreno jogar-lhe um beijo que ela, que ainda não tinha um nome, pegar o beijo e com a mão fechada, leva-lo entre as pernas.



pastorelli




Imagem: Nancy Torres





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