Vejo-te, poeta,
Quando desces o largo
De pedras calcadas pela expiação secular.
Abres o verbo,
O mesmo que te salta ao peito
Por entre o tecido floral que carregas.
Enquanto se atiras ao declive histórico,
Tuas mãos gesticulam
Da mesma forma como habitavas,
Outrora,
Entre nós.
Tens entre os dedos o substrato de nossas vidas
Traçado em linhas que se dispersam num tempo,
Espiral que gira e nos confunde.
Será que somos os mesmos?
No entanto, há ainda a boca que dispara
Abstraindo de tua afiada língua
As palavras que berras por entre os invisíveis.
Não somos mais os mesmos
E quando desta tua última visita
Saímos a buscar os sentimentos dos lugares.
De teu trunfo já posso me confortar
Como quem sempre soube os teus enigmas
E por mais que percorras
Estas vias de almas embutidas em pedras
Sei que nunca deste força ao abandono
Porque sempre tornas a esta cidade.
* Para Wally Salomão
sábado, 28 de agosto de 2010
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EU SEI POR ONDE ANDA WALLY *- Fabrício Brandão
autor(a): Unknown
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2 comentários
O que dizer da honra de ser publicado em projeto de tão importante monta?? Minhas palavras se curvam diante de tanto esmero e tão intensa qualidade.
Obrigado, queridos, mais uma vez!
Beijos
total! bela e merecida homenagem ao poeta inquieto wally. poema q da gosto de ler fabrício. abraço. isaias
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