O meu corpo entreguei ao Guadiana.
E a ti, meu amor, te deixe
Mais do que isso.
Se algo restar mais do que o leito do rio,
Mais do que planícies secas e despidas
De qualquer religiosidade.
O meu corpo entreguei ao Guadiana.
Será ele a minha torre de menagem.
Prestarei vassalagem apenas aos caçadores
De pérolas que encontrar no meu lento
Caminho em direcção ao mar.
O meu corpo entreguei ao Guadiana
E por mais que as minhas águas
Banhem todo o Alentejo, chorarei.
E será minha toda a cidade que vier de ti
E que, em mim, viveu desperta para
Além de toda a santidade e pecado.
O meu corpo emprestei ao Guadiana.
E o darei, numa noite de nevoeiro,
Ao primeiro homem que aparecer.
Se algum homem ainda viver
Na Cidade de Deus.
Imagem: Luis Lobo Henriques
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
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Soror - Jorge Vicente
autor(a): Unknown
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11 comentários
Belíssimo poema, bela cadência... e que linda imagem!
Abraços,
Márcia
Ah, Amiga!!!! Ainda bem que gostou!!!
Tantas saudades vossas!
Beijinhos grandes
Jorge
Gostei imenso. As palavras surgem numa toada de movimento de dança sobre as águas.
Beijos
TD
Amiga, o poema já é bem antigo, de 2003 ou 2004.
Obrigado pelas tuas palavras carinhosas!
Um abraço
Jorge
Encantador... de singeleza e ritmo... Parabéns, caro Jorge!
Um abraço.
Horácio +
Obrigado, querido amigo.
Um abraço para ti
Jorge
O leito do rio, as pérolas, o mar, o nevoeiro... É só fechar os olhos e a imaginação ganha asas... Parabéns, Poeta do Algueirão!!
Abraços
Sônia
Obrigado, querida Amiga.
Belos abraços
Jorge
Tudo tão lindo e belamente ligado.imagem poema...Parabens!
Bjos achocoaltados
e um beijo com chocolate amigo também para você, amiga!
jorge
Obrigado!
Obrigado, Jorge.
Vim para te ler.
Abs
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