quarta-feira, 1 de setembro de 2010

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Zanzibar e flores de outras nascentes - Rita S. Beja










































Zanzibar e flores de outras nascentes
Antigas Babilónias seguras de pétalas doces
Areias emergentes jardins suspensos
Cândidos caules sem aparência de espinho
Descobertas folhagens laços de encanto
de nuvens soltas do perder de vista no brilho
Com rosto de tudo o que é riacho e seiva e canto
Lagos de nenúfares sem peso leves leves
Espelhados de fontes espelhados no sonho
Da bravura do silêncio no interior do vento
Acalmando os galhos trepando ciprestes
Como quem rouba campos recolhe medronhos
Assassina a sede revigora a água mata as flores
de outras nascentes de antigas mãos do antigo mel
Que desfaz as tranças por entre o cabelo
Constrói favos amargos nos poros da pele
Que encabresta os sátiros dá cicuta às ninfas
Mostra o sexo aos anjos atira flechas a deus
O silêncio dos gestos o murmurar da candura
A calma a calma
Abra-se a terra para o amor para a loucura
O poeta morreu





Imagem: Javier fm




2 comentários

Cássio Amaral

Parabéns a Rita Beja e a todos vocês. Muito obrigado pela força e a honra de sair aqui. Amigos sou da terra da Dona Beja, Araxá. Atualmente moro no litoral de Santa Catarina com minha esposa.

Grande abraço a todos e muita luz e saúde.

jorge vicente

o poeta morreu
a terra e os corpos dela fazem
o poema

[não-escrevido pelas mãos]

jorge vicente