quarta-feira, 8 de setembro de 2010

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TENDAS - Fabrício Brandão




São as tais folhas dispersas
No registro de um outro
Essas mesmas linhas sem pausa
Que me fizeram estranho dentro daquela vida.

Minhas doces meninas esconderam as faces
Rumo ao destino resignado.
Lastimaram pra dentro de si
O azar de não poderem rolar lágrimas visíveis.

Reinvenção do amor?
Causa impossível.
Arranjo uma lista de negações prontas
Como quem é incapaz de cobrir vazios.

Varredura insone do olhar.
Fecho as páginas do mundo à parte.
Minhas doces meninas, sempre mulheres
Se ocupam de varrer a poeira pra dentro da alma.




Imagem: Raphael Lopez





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