quem se procura flor não se encontra além das pétalas.
ao desconhecer o sentido do dia cabendo inteiro na noite cálida
teme principiar a posteridade
e por um hálito além do lamento senta-se no freio da vontade
sobrevive caído numa existência estática
cedido aos pesadelos que abarrotam as calçadas dos vícios do medo.
melhor seria desbastar as escaras do tempo para deixar livres os espaços
onde não há nada, há muito para não dizer
ou para fazer
sonia regina
Imagem:Wladymir Ungaretti
O autor é fotógrafo, jornalista e professor
2 comentários
Em uma vida que não sabe-se onde vai. Lindo.
Pois é, Paola, obrigada pela leitura e comentário.
Há os dois ângulos, contudo: um livre e feliz, como um cavalo solto no pasto; o outro angustiado, pela incerteza do devir.
Beijo
da Sonia
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