O campinho como era chamado o terreno baldio que ficava atrás da casa àquela hora estava vazio. O que lhe proporcionou uma alegria safada.
Queria testar primeiramente antes de mostrar aos amigos o papagaio que fizera com ajuda do pai na noite anterior.
Olhando para os lados viu que o dia estava excelente. O vento soprava ameno o que prometia boa diversão. Paciente esticou a linha e sem muita dificuldade conseguiu colocar o papagaio no ar.
A linha quase totalmente estirada produzia na sua mão vibrações pequena que ao seu comando o papagaio subia, descia e com pequenos toques na linha fazia com que ele embicasse ora para a esquerda, ora para a direita.
Já previa a estupefação dos amigos, as exclamações de admiração. Veriam que agora eles tinham um competidor à altura, sorriu satisfeito.
Nisso ao dar um puxão um pouco mais violento, a linha perdeu a força. O pipa estava caindo. Largou a lata de linha e saiu correndo. O campinho não era grande, mas o vento para desespero do garoto arrastou o pipa para o outro lado da rua.
Estava quase perto do pipa caído no asfalto quando viu surgir o carro vindo pelo lado esquerdo. Aflito ele acelerou as pernas e gritando e gesticulando os braços procurou chamar a atenção do motorista.
Porém o veículo aumentou a velocidade não dando oportunidade para que ele chegasse a tempo para salvar o papagaio. Com os olhos fixos cheios de lágrimas pegou os destroços do chão e com passos lentos entrou em casa.
Pastorelli
fonte imagem: brasilcultura.com.br
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