quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Olhos de Selva Azul [14] - Lenine de Carvalho
























XIV.



Arauá tinha chegado finalmente ao vale das onças negras.

O pequeno rio "Nyâmbe", que lançava suas águas no "Tawáti" era possuído por uma entidade benigna, que harmonizava-se com a entidade que cuidava do vale.

Arauá deitou-se de bruços, encostou a testa na areia, saudou em voz alta as entidades que habitavam o lugar, pediu-lhes permissão para entrar, e proteção para si.

Isso feito, sentiu-se bem e seguro, pois havia se colocado sob a proteção e guarda das entidades do vale, e se alguma coisa má tivesse de suceder-lhe, seria por conta de seu "ká", ou destino pessoal, que não podia ser mudado.

A meio dia de marcha, seguindo o curso do "Nyâmbe" habitava a pequena entidade da cachoeira, em volta da qual Arauá sabia existirem várias das plantas que necessitava.

Sem pressa, principiou a caminhar para lá.

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