segunda-feira, 22 de novembro de 2010

2

Aos meus amigos



("foz do rio tejo" retirado daqui)


AOS MEUS AMIGOS

Disseram-me que, de manhã,
se ouve o Tejo todo,
e que as pessoas transportam em
si aquela imensidade vasta,
como quem é feito de História
e não sabe porquê

disseram-me que o tempo não
volta ao lugar onde nasceu, e
que os amigos que se perdem são
como o areal à volta da minha casa:

os retalhos, as migalhas, a presença
sempre ausente das águas em
combustão

e a sensação de que sempre foi assim,
com aquelas mesmas pessoas,
com aqueles mesmos rostos,
por dentro da História
e com o Tejo debaixo dos braços

Jorge Vicente
(retirado de Ascensão do Fogo - editado pela Edium Editores, em 2008)

2 comentários

Francisco Coimbra

Caro Jorge,
És um bom divulgador de Poesia, sendo ela tua e tendo «aquela imensidade vasta", levo o poema aos ouvidos, como um búzio, para ouvir o mar - vendo o Tejo correr...
Desejo tenhas uma casa na areia duma praia grande para muitos e todos os mais amigos da Poesia, venham eles visitar a tua casa e lhes sirvas os poemas, à descrição!
Grande abraço.

jorge vicente

Caro Fernando,

eu sirvo e essa Casa existe. Só falta dar existência física.

Mas penso: será que é preciso? Ela não estará já na minha Vida e na Vida dos outros?

Um grande abraço, Amigo!
Jorge