domingo, 5 de dezembro de 2010

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ANA - Mariela Mei




















Não me pede para deixar-te, Ana!

Pois então não vês que

A maior de todas as minhas virtudes

É amar-te loucamente, e sempre?

Como hei de partir com as luzes apagadas

Sem teres o que matar tua fome

E saciar tua louca sede nas noites quentes?

Dize-me o que queres, Ana, e dar-te-ei.

A vida por si é fácil caminho solitário

O amor é que complica pela inevitável partilha.

Pois bem, irei. Mas promete, amada

Que tão logo caia sobre o horizonte

A doçura de tua saudade ensandecida

Chamarás a mim, mesmo que em altos prantos

Para que eu possa novamente, e sempre

Arrancar-te o pesar com pão, jorrar-te água

Na cama, suprir-te o colo de beijos.

Jura, Ana.

Novamente, loucamente, e sempre.




Imagem: Massimiliano Uccelletti





3 comentários

David Mei

Muito bom mesmo. Bem Drumondiano. Palavras belas e cheias de emoções.
Bjos Tio David

lanza

Intenso. Aguardo ansiosa o livro com seus poemas.

agostinho

Adorei, Mariela.