Você diz que é um guerreiro cansado. Um homem, simplesmente – não um deus. Agradece o elogio e se retira de cena.
Onde está você, que me confunde e deixa sem saber se estamos em uma ficção ou na vida real? Fico confusa, sem saber o que fazer.
Contudo percebo que é essa a minha deixa, e vou falando o que me vem à cabeça, sem ordem de preferência.
Lembro-me bem de todo seu empenho. Sei, amigo, sabemos ambos que há uma força aí dentro: a fagulha que jamais se apaga. Você dará um jeito de sair desse cansaço.
“O inexplicável existe independente de crenças, há que ter fé”, você dizia. Jamais deixou de compartilhar sua alegria, não havia quem não se beneficiasse de sua presença. Firme e ternamente fez-nos confiar na sua força. Na situação mais aflitiva imaginávamos o que diria, quando soubesse o que passávamos. Era um banho de ânimo, e não caíamos. Não caia.
E se caíssemos, ainda depois da queda você lá estava conosco. Do chão víamos através do seu chamado o sol e as sombras, as tonalidades diferentes do verde das plantas, pela manhã e à tarde. Sentíamos o cheiro da terra, olhávamos as formigas, ouvíamos o riacho. Você ria, fazendo graça. Nosso cansaço ia se transformando. Transforma o teu.
Talvez seja a minha hora de te pegar no colo e dizer coisas para que ria.
Olha, vou eu brincar contigo. Esta deixa é o meu momento de te chamar para a natureza, de te fazer companhia no chão. Até que teu cansaço se transforme e você se erga. De mãos dadas com a sua própria presença.
Lembra-se do que dizia a Ana Maria? “Você tem luz própria, não é iluminado”. Então... não desista. Você não é um deus, tentou tudo, está cansado, não consegue nem cuidar de você. Mas, por favor, não desista.
Brilhe. E Viva.
Com todo carinho, um beijo
meu.
Imagem: Mindy Ricketts
1 Comentário
Uma doce mensagem. Linda e poética, vinda do coração. Abraços.
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