quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

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crimson, a cor do reboliço - sonia regina



Quando meus olhos escrevem dos desafios
que trouxeram vitórias e fracassos ao meu corpo
percebo a felicidade como uma recompensa
não marcada no relógio.

Carreguei a palidez sobre artérias ferventes
e não me creditei coragens por isso.
Sem qualquer covardia olhei o vento soprar
em várias direções e não me desintegrei.
Meu corpo, entretanto, transitou sem alma
através de mares fictícios e reais.
Com sangue pintei piratas inventando paisagens
de um vermelho profundo.

Cismar à-toa é um gosto antigo, sentir o jeito do mar também.
Reboliça o meu desejo de mover-me sem previsibilidade.


sonia regina
06012011


Imagem: Kenvin Pinardy

2 comentários

pianistaboxeador21

Gostei bastante.
um 2011 de arte e realizações para nós todos.
Daniel

Alexandre Eduardo Weiss

Querida, Sonia,

Que bom te ler.

"Carreguei a palidez sobre artérias ferventes
e não me creditei coragens por isso".

Somos assim como cães que, sôfregos, em busca da felicidade intangível se debatem arfantes na lama verde musgo de algas sobrepostas no lodaçal.

Beijos, abraços e parabéns.