domingo, 9 de janeiro de 2011

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A Dama do Metrô 32.



Não tinha meios de rever o loiro. Pensou onde e quando cruzara com ele. Duas vezes fora no metrô, e a outra vez fora ao procurar o psiquiatra, Dr. Valdo Pastore. Isso mesmo, o porteiro até lhe disse que o loiro era filho do psiquiatra. Ah! precisava marcar uma consulta com o médico. Claro que precisava.
Enquanto isso, rebobinou a fita mental e chegou à conclusão da hora, não exata, mas um cálculo aproximado das vezes que cruzara com o loiro no metrô. Qual o nome dele mesmo? Não conseguia lembrar. Ah! já sei, berrou contente. Luciano... Luciano, repetiu várias vezes para não esquecer mais. Assim decidido, assim feito. A partir do dia seguinte, começou a pegar o metrô todos os dias no mesmo horário. Porém, estando na plataforma uma dúvida sombreou sua audácia. Qual carro? É qual carro fora? O primeiro, o segundo, o terceiro ou o último. Mais uma vez retrocedeu a fita mental e chegou à conclusão: fora no terceiro carro. Assim decidido, assim feito.
Já fazia quase três semanas que vinha pegando o metrô, no terceiro carro, e nada de encontrar com Luciano. Será que não pega mais metrô? Filho de médico deve ter seu carrão, vai trabalhar de carro, isso é, se trabalha também. Será que é médico como o pai? Poderia também estar de férias, viajou, ou sei lá o que. Quando fora a última vez que o vira? Há um mês, talvez menos até. Seu instinto feminino lhe dizia para não desanimar.

pastorelli

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