foices amarelas avolumam-se
nos desvãos da casa
macias feridas de soníferos
aguardam a visita da lua
no chão batido umedecido
poeira e terra
serpentes sem corpos
velam o tempo, sisudo,
brincam com sombras ou
aventuram-se no silêncio ,morno,
do cotidiano que as esquece
retinta e opaca a ironia da Nave
larga ao céu largada.
Crepúsculos de anil
anelados de lustros
fáceis de armadilhas
doces e dóceis
era fruída a manhã
de licenças e pós-vida
e ante o famigerado altar
de alvas e amarelas esperanças
arredondo-me em desejos e ensejos
o corpo e a forma restituídos
ao léu da carne
momentos crispados nas manhãs
vestidas pelos verdes entre janelas
uns macios crepons crespos de luas
assuntos verdejantes de tardes
tardio o despertar
enfim...
pelo manto maré
vestida de muitos verdes
expio crepúsculos nodosos
de nódoas de silêncio
alternando-se
nas frestas da crescente.
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