faz sentido a terra dissolvida em poeira
do planeta ressecado em peixes petrificados
na insolação onde a vida recusada
não é bem vinda: a fortaleza erguida
em nave ou barco: isolada e fria
em não aberturas conserva o pouco
tempo resultante da aposta perdida:
o profano em altares desconsiderados:
o urro da besta recolhida ao canto
escuro e a raspagem das paredes
com as unhas: a garra recupera
o gesto do começo: o tronco
cede ao cansaço: os olhos são
mortíferas vias que não se fecham
em descanso: o sentido perde
a razão e o irracional supera
o consentimento: em cada mão
o barro em lágrimas ignoradas:
o suor desprendido ao corpo
escorre o piso e sabe do sal
depositado: faz sentido
o silêncio.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
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SENTIDOS
autor(a): Pedro Du Bois
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