terça-feira, 7 de junho de 2011

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Entre sóis e néons.



















O sol não surgiu
não ficou.
Não fez sombra
no meu jardim.

No entanto
a vida pulsa
nos contornos
dos edifícios da humanidade.

E nas luzes da cidade.
Artifícios da sanidade.

"Melhor néon
do que escuro",
diria Nelson Rodrigues.

Entre sóis e néons,
um espaço de crepon:
presépio.

Lembrando-nos
de brilhos famintos
que ficaram lá fora.

Lembrando-nos
do luxo ganancioso
que a televisão mostra.

Lembrando-nos
de crianças abandonadas
sorrindo felizes
nesta noite de esquecidos.

Sóis e néons,
luminosos manchando
de Sangue de Boi
a camisa branca
que a mamãe lavou.

Feliz Natal!

Pastorelli/Ana Luisa Peluso

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