quinta-feira, 28 de julho de 2011

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MATRIZ - JANDIRA ZANCHI

 
 
foi uma noite clara sem lua
de estrelas fugidias
sonsas e insossas atrás de nuvens
um ouro e prata derretidos
no carmim poluído dos prédios calados

pois, por essa noite vagava entre as paredes
e os muros interiores posteriores anteriores
cativava-me uma ou outra definição
mas eram rochedos e sentimentos
colados e fractais de apreensões
em alguma região nascida e criada
de si ciência malevolência
lá por onde andam os anjos
e os arquétipos frenéticos
buscadores sabedores
lá aonde se calam e comemoram
os deuses paraísos religiões
mitos e comprimidos
lá aonde não se fala
mas muito se recita
rituais pagãos ascéticos
poemas de turbilhão
uma nave mãe e uma matriz.

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