terça-feira, 26 de julho de 2011

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Precisão

Eu quero a palavra imprevista.
Que venha bater à minha porta,
Não fique à soleira, morta,
E nem se limite à batida.

Invada-me o pensamento,
Liberte-me desse momento,
Ocupe o lugar que precisa.

Eu quero a palavra exata.
A descrever sentimentos,
A eternizá-los no tempo,
Daquilo que me escapa.

E quando chegado o momento,
Que me invada o pensamento
E se crave como faca.

Eu quero a palavra total.
Aquela palavra que cala,
Na garganta toda fala,
Definitiva e cabal.

E quando chegar o momento,
Invada-me o pensamento,
Decrete-me o ponto final.

3 comentários

Hilda Plácido

Lindo! Usou a ferramenta principal da poesia que é a palavra, como tema, e construiu o poema

Pablo Flora

Simplesmente: essencial! Poema essencial! Abço

Márcio Ibiapina

Caros Hilda e Pablo, ferramenta essencial para todos nós, que escrevemos, é a opinião dos colegas. A vocês, meu muito obrigado pelos comentários gentis!