segunda-feira, 29 de agosto de 2011

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HINO À MATEMÁTICA de Adelina Velho da Palma















HINO À MATEMÁTICA

Eu canto a tua beleza
ó rainha das ciências,
fora de ti a certeza
é apenas aparências...

Toda tu és perfeição
de lógica inabalável,
abstrata inspiração
sempiterna, invariável!...

Enquanto as outras ciências
vivem de investigação,
tu despensas expeiências
só da mente és construção!...

Por isso foste a primeira
e tudo a ti se reduz,
nasceste desta maneira:
- Agora faça-se a luz!...

És feita de absoluto
e por isso és intangível,
para tudo tens soluto,
somente tu és credível...

A lógica em ti reside,
fora de ti nada a tem,
por isso só quem decide
com base em ti o faz bem...

Sobrepões-te ao que é vulgar
pairas sobre o que é real,
mas consegues modelas
mais que qualquer material...

E apesar de imutável
deruvas constantemente,
evoluindo notável
de ti mesma dependente!...

Ninguém deixas indiferente
geras emoção a esmo,
ódio de quem te é temente,
quem te entende - ama-te mesmo!...

Mas não são muitos aqueles
de quem és a predileta
como muito esperas deles
também nisso és mui seleta...

Só em ti eu acredito
pra solucionar problemas
tudo acaba por ser dito
nalgum dos teus teoremas...

Entrego-me à tua Arte
Só por ti meu cérebro vive,
A ti devo a maior parte
do gáudio que já obtive...

Transportas-me para um mundo
onde tudo faz sentido
teu recôndito profundo
refrigério meu tem sido...

Deste-me este privilégio
de teu âmago abarcar,
teu supremo sortilégio
obriga-me a te cantar!...

A meu frágil cérebro peço
conserve tua afeição...
pois só a ti eu conheço
próximo da perfeição!...


ADELINA VELHO DA PALMA
2011-08-29


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