terça-feira, 2 de agosto de 2011

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tudo e nunca

Cigarros, vodkas, cervejas baratas, sambas, você, eu. Tudo tão pequeno e frágil em uma escuridão que não nos pertence. Em uma cama que não me pertence, bagunçando um lençol que não perdoa nossa nudez. Que não disfarça a nossa embriaguez. 
Confissões, músicas improvisadas, hálitos etílicos, gostos e cheiros entrelaçados, eu, você. Teu corpo tão pequeno e frágil em uma escuridão que te engole. Em uma cama que lhe pertence e me intimida. 
Ei, menino, se eu quiser voltar àquele quarto, naquele mesmo dia, e me entregar por completo, você permitiria? Estaria comigo? Você desintoxicaria mais uma vez minha mente? Desaceleraria a pressa que tenho da vida? Talvez... Não é?
Cigarros, pele, pé, samba, aborrecimento, nós, solidão. Tudo tão frio: o meu orgulho e a tua estupidez. Em uma discussão que não nos pertence. 
Ei, quando a realidade tomar forma e a rotina nos acostumar novamente você me olhará firme nos olhos? 
Omissão, saudade, corpo, sexo, eu, vazio, você, solidão. Em uma canção que nunca nos pertenceu. Em um samba que neguei ser sua. Em uma realidade que nunca fomos nós. 

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