segunda-feira, 3 de outubro de 2011

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O INSETO soneto de Adelina Velho da Palma















O INSETO

Teus olhos são ocelos de mosquito
talhados em polígonos cruéis,
tuas pernas, finas como cordéis,
sustentam um enfezado corpito!...

Contudo, supões-te muito bonito
(o mais belo de todos os donzéis)
nêm vês que de entre todos os papéis
o teu é o mais tolo e esquisito!...

Malgrado a tua dimensão franzina
graças à carapaça de quitina
manténs uma estrutura das mais toscas...

Nas não és digno de uma carabina!...
Hás-de morrer da forma mais cretina
calcado sob um reles mata-moscas!...


ADELINA VELHO DA PALMA

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