sexta-feira, 14 de outubro de 2011

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se pede o que

a hora preguiçosa exala um odor angustiante de comodismo,
e o dia inflado de conformismo asfixia o meu resto de verdade.

a noite pede nossa lucidez e apenas uma dose quente do que é sensato.
pede, mesmo que ainda não saibamos salvar o que sobra na rua.

o agora deixado de lado torna-se um depois inverso daquele que sonhamos ter/ser
e o durante mal vivido faz recordar um antes sem expectativas.

a noite pede nossa embriaguez e apenas uma dose singela de amor.
pede, mesmo que ainda não se aceite o que é diferente do convencional.

a luta calada gera perdas camufladas,
e o silêncio de quem deveria gritar incentiva a fala daquele que deveria se fazer calar.

a noite pede  nossa nudez e apenas uma dose do que é insano.
pede, mesmo que ainda estejamos roucos.
mesmo que ainda não saibamos que os loucos são aqueles
que ainda sonham com o cheiro de leveza que os corpos não sabem mais respirar.

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