quinta-feira, 24 de novembro de 2011

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ARCOS - JANDIRA ZANCHI

 
 

 


meus arcos são diáfanos quando da passagem oriente

sol em seus tenazes de lírios loquazes espremidos
no horizonte plano, curvo e vesgo à  distância da veneração

em noites morenas revelam-se suas longas caudas sem confundir-se
com o pó prensado dos desertos crus  - enamorados das passagens
líquidas e verdes, sonhados e sonâmbulos em suas fortunas

em dias de febre passeiam no ósculo de Apolo, alienígenas e macros sem breves ou brevê suas cores transparecem e  tonificam lilases e róseos de todos os azuis, expressos nas longas eternidades das planícies e seus  oratórios de limo e paz e ,mesmo assim, não prosperam ou ascendem, antes, erguem-se  lisos e latentes, conscientes, formosos, tocando os ventos do tempo, o diamante
da lua, liquefeitos, mornos, sem tingir-se para o porvir

enfeitam-se de sombras e silêncio para as estrelas pálidas e sorridentes dos terraços sem pulsão – pouso de perfumes que prometem manhãs de tino e vôo no deserto da água.

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