terça-feira, 22 de novembro de 2011

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PORTAS ABERTAS


“Portas abertas / sempre /
os séculos /e os milênios //
avistar o horizonte / caminhar até lá //
abertas as portas //
...no entrechoque dos caminhos /
o vento / penetra permanece /
e nos conta os segredos / das viagens.” (Pedro Du Bois)

E, nesse abrir de portas, os ventos me levaram até a escritora Adélia Prado, pela sua coragem e o longo (lindo) caminho percorrido, mostrando-nos que sempre podemos avistar novos horizontes...
Ela começou a escrever aos quinze anos e só foi publicar o seu primeiro livro de poesia, “Bagagem”, em 1976, com a sugestão, em ajuda, de Drummond, ao editor Pedro Paulo de Sena Madureira.
Em 1978, seu livro “O Coração Disparado” foi agraciado com o Prêmio Jabuti.
Ficou vários anos sem produzir trabalhos poéticos, por conta de uma depressão, voltando, em 1994, com a publicação de “O Homem da Mão Seca”, que havia iniciado em 1987.
Em 2005, lançou “Quero Minha Mãe”; em 2006, “Quando Eu Era Pequena”.
Adélia Prado é uma autora que descobriu um dia ter encontrado essa atividade que lhe deu o prazer, a alegria e a certeza da vocação. A sua obra é toda inspirada no seu dia a dia. Aos 72 anos, é exemplo e inspiração para todos, porque abre várias portas para nós, quando diz: “Agir contra a convicção é pecado”.
E, assim, seguimos o vento com a sua poesia:

“Eu quero a fotografia,
olhos cheios d’água sob as lentes,
caminhando de terno e gravata,
o braço dado com a filha.
...
Eu quero a dor do homem na festa de casamento,
seu passo guardado, quando pensou:
a vida é amarga e doce?
...”

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