quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

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A PASSAGEM 11 - JANDIRA ZANCHI






I - A PASSAGEM

11.

Cientes de preencherem a maior parte do espaço aéreo, as vozes da noite comemoravam a sua solidez. Não negavam guarida aos violáceos insetos – finos do pouso da lua minguante.
- As primeiras serpentes deslizam – constatou Alonso. Pressentem a sombra do Bruxo, a amplidão angulosa de sua soberba.
- Temo que seja um anúncio para o teu cortejo – avisou-o Amadeu.
- Essa terra, de flores aguadas ao sabor de ventos impudicos, sempre se mantém a uma distância de muitos metros do domador.
- Prostram-se submissas, mas , ao círculo deitam seus olhos enviesados de cobiça.
- Quando distante de nossa guarda, não podemos evitar um ataque ao séqüito. Fenecem os que não se confiam de armadura e essa persistência não podemos negar a ninguém.
- Embora nossa malícias de guerra não evitem que apoiemos as salvaguardas da ingenuidade, nunca instruiremos mais do que se deve.
- Perdidos nas confluências da cartilha muitos humanos anulam-se de potência.
- É melhor perecer do que sempre evitar mover-se. Embora o Executor jamais se mova sem estar munido de sua plenitude...
- Cheguei até ela por prestar-me a afastar as camadas insólitas de vento que impedem a consecução das boas partículas – esclareceu Amadeu.
- E a natureza, quando presta em libertar-se, inicia-se sem prover a segurança. São tantas as trilhas quanto as encruzilhadas. Quantos anjos ao passarem sorrindo tocaram com suas asas os mais horrendos abismos.
- O Vôo perderia o alcance de sua magnitude se para navegá-lo o marinheiro não cessasse de enfiar ao solo o conjunto de instrumentos.
- Saberão quando já não tiverem como olvidá-lo.
- Ou quando o conhecimento não obscurecer o brilho das melhores faces.

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