quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

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O URRO DA ÁGUIA - JANDIRA ZANCHI

 
A DANÇA DOS ARCOS - A ÁGUIA DE OUR0

II -  O URRO  DA ÁGUIA 

1.

Imola ou se Cala
Sacrifício
são três ou quatro
urra
o Senhor do tempo
e se dissolvem as
tuas travas

Não sabemos, ainda, se  verde rosa
ou   amarelo serenata
o som do dia amanhecido.
Na mente do homem
 recriam-se umas ninharias
ou palavras esquecidas

O URRO DA ÁGUIA
O URRO DA ÁGUIA
deságua

O URRO DA ÁGUIA

se cala e desbrava
O URRO DA ÁGUIA

esquarteja
os sacrifícios de um Senhor

Benzeram-se de última hora e
perfizeram-se 
 INSOLENTES

o sorriso da matéria
CANALHA

te espia a Águia
em seu galho de prata
CANALHA

te lambe a Águia
em seu galho de prata

Abaixa o disco risca tua mente
a estrela  percorre a última volta
logo estará completamente nua
esquálida, branca e inerte,
fria dormente senhora
pousada em tua mão
-         logo firme e quente
insólita quanto as noites
que castigam o vácuo de fogo

 INSOLENTES 
logo nuas e brilhantes
raiaram na praia

é dia e se fez noite
nos escombros e seus júbilos.

2

Canta o cantar da noite
e prenha minhas estrelas
que virgens vácuos
se movem na morte delas

Gritam durante o dia

os vinte e três espaços
razoável e brando amor
nos enlaces do tempo.

Lamba e ornamente os campos
que os fornecerei e untarei
com os olhos de meus servos

Se todos vissem os
mistérios que
se movimentam
móveis colunas
sedimentados
de bárbaros
e sementes

Move, menina, mil poentes

enquanto se faz lua e lázaro
que me acorrentam doze serpentes

Muda movediça é a água do dia
Perfilada no alto e no céu
Luz farto povoar de caravelas.



São mantos e aves e
oitenta e nove
as vertigens dos
bárbaros.


AVE MARIA DE BELO NEGRITO
SE QUEREM A CORREIA
E SEU FREIO E SUA NAVE
CAMINHEM
E NÃO SE PERCAM
QUE A LUZ PERCORRE
A MAIS ALTA NASCENTE.

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