sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

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A CASA DAS GAIOLAS - XIV

POUCO

afasto-me em dias:
revigoro os contos
em revoluções mecânicas
na ressurreição do ocaso
cristalizado em efêmeros
fantasmas de filmes
de segunda classe. Odeio
sair de casa e me faço parado
na porta fechada em entretelas:
a mosca aprisionada me alimenta
e dela me arrepio na constância
da barbárie que me remete
ao significado onde me instalo

dias dispensados ao alcance
e o cínico olhar de fora e dentro
me convence do fracasso: sou
aqui o descalabro do presente.

(Pedro Du Bois, A CASA DAS GAIOLAS)

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