Era decididamente liquefeita. Possuía um arsenal de umidade. Gêiseres nos olhos. Minas d’água na boca. Fontes efervescentes entre as coxas.
Na pele, porejava orvalho cheirando a lua.
E tinha as marés: ora avançava, ora recuava, em outras, apenas ondulava. Era um mar que se esqueceu de aglutinar.
E também chovia. Ela troava e chovia. E vinha pingo para tudo quanto era lado. Sem falar no dilúvio, toda vez que sangrava.
Vivia inundada de tantas águas e se mantinha em constante sede.
Tinha um sertão no peito.
******************
Seja o primeiro a comentar:
Postar um comentário