sexta-feira, 18 de maio de 2012

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GUARDAR

do acontecido guardo
o que me dizem:
o desentendimento do corpo
caído sobre a terra

as lágrimas no rosto
a voz de agradecimento
o cimento do caminho
áspero sob pés que sangram

o acalanto na voz da mulher
invisível ao olho cegado
na visão do escuro despertar

fosse outro mundo irrecorrível
de sentenças duradouras: externas
minúcias em complemento
à grade de respostas.

(Pedro Du Bois, A Casa das Gaiolas, XXIX, revisto, 2a. Edição, 2005. Ed. do Autor)

3 comentários

Jorge Xerxes

Pedro,

Um Excelente Poema!

"o acalanto na voz da mulher / invisível ao olho cegado /
na visão do escuro despertar"

Forte e Sentido: Guardo.

Grande Abraço, Jorge

Pedro Du Bois

Caríssimo Xerxes, grato por sua leitura e retorno. Abraços, Pedro.

Betusko

Caro Du Bois

Guardar, ocultar, esconder:
Tudo isto " invisível ao olho cegado"
Muito bom!
Abraços