Nada
ao que digo. Parece não lhe fazer sentido. Por isso boia, inconstante: o desejo
de aproximação e de repulsa simultâneos. Assim mantemos a distância segura dos
indecisos, subjugando-nos aos caminhos escusos das presas em potencial, ou ao olhar
aguçado da ave de rapina – a perscrutar do cimo – quando, em verdade, tudo o
que subsiste é o amor e a entrega. A vida não volta. Ela passa rente às
retinas, numa sucessão rápida de imagens difíceis de apreender. É porque não
mergulhamos o suficiente além da superfície para compreendermos da essência.
Ela pulsa submersa, latente nas ideias, que ficam a especular sobre aquilo que
não foi, sobre o que poderia ter sido ou mesmo sobre o devir. Mas somente
quando tivermos firmeza e segurança de sermos nós mesmos, sintonizados à
frequência do sentimento mais profundo, da verdade interior de cada criatura,
seremos verdadeiros heróis na aventura do viver.
pois
caga
e
come desses dejetos servidos aos brasileiros
mastiga
bem
para
a boa digestão
para
não ferir a camada de ozônio
para
um processo com certificado verde
para
a estética saudável ao maximizar toda uma vida de bosta
e
engole sem fazer a cara feia
sorrindo
para a câmera da tv
a
história sempre foi (sempre será)
escrita
pelos demônios que se vestem de branco
na
expansão inconsequente do vazio
–
espaços ermos
ou
então:
vá
para o campo de batalha
se
para isso lhe forem caros
os
dentes
2 comentários
Jorge: excelente, um poema - catarse , diria um outro poeta "...um breve de luxúria nos escalões da Cúria..." (Paulo Mendes Campos)
Andre,
Agradeço imensamente pela Sua Atenção e pelo Comentário deixado.
É gratificante saber que Você leu e gostou. E isso motiva a seguir adiante...
Um Grande Abraço, Amigo, Jorge
Postar um comentário