Sempre fui fascinada por Mitologia Grega! Desde a infância,
através da genialidade de Monteiro Lobato, viajei pelos mistérios da Grécia
Antiga, com suas divindades com características muito mais humanas do que
celestiais, mergulhadas em paixões terrenas e contradições tão conhecidas por
nós, seres mortais e imperfeitos por natureza.
Pois ontem resolvi tirar aquele livro empoeirado da
prateleira e reviver o fascínio que sentia ao conhecer as estórias de Zeus. Ah,
o deus supremo dos gregos, amoroso e vingativo ao mesmo tempo, com seu séquito
de divindades e sempre oscilando entre o Céu e a Terra!...
Lembrei de Pallas Atena, a deusa da sabedoria, de Hermes, o
mensageiro dos deuses, incansável viajante a levar e a trazer notícias, de Afrodite,
a deusa do amor...
Tinha também Prometeu, que como o próprio nome já diz,
prometeu e levou o fogo aos homens e foi condenado por Zeus a ter seu fígado
bicado por uma grande ave, todos os dias... Poseidon, o deus dos mares, Hades,
o deus dos mortos, levados pelo barco de Caronte até as profundezas do
oceano... De Ícaro, o audacioso homem que sonhou em voar e ingenuamente
construiu um par de asas, com cera e penas, derretidas pelos escaldantes raios
de Apolo, o deus do sol.
Nesse universo também tinha Héracles ( Hércules, para os
romanos), símbolo da força masculina, filho de Zeus com uma mortal, meio deus,
meio humano, condenado a 12 trabalhos de bravura. E Eros, com suas flechas
certeiras, Dionísio, o deus do Vinho e o “Pai do Carnaval”...
Ah, e não dá para esquecer Narciso, que se apaixonou por si
mesmo ao ver sua imagem refletida na água... As amazonas, temidas guerreiras, as suaves ninfas,
as discretas dríades, os espalhafatosos centauros, os assanhados faunos com suas
flautas, a assustadora Medusa, com serpentes na cabeça e seu olhar
petrificante... e tantos outros...
De repente, comecei a visualizar uma festa bizarra e
multicolorida, com todos eles presentes, em uma grande clareira da floresta. Em
noite de lua cheia, eram embalados por Dionísio, ao som da Flauta de Pã...
Afrodite chegou exuberante, enquanto Narciso apareceu no
esplendor de sua beleza. As amazonas apearam de seus cavalos rapidamente e também
foram chegando. O mesmo aconteceu com os centauros, ninfas e dríades... Logo
todos estavam ali, dançando sem cansar e rindo sem parar, na fantástica e inusitada
festa pagã, que com certeza jamais teria sido esquecida por nenhum dos
participantes, se realmente tivesse acontecido...
Sônia Pillon é jornalista e escritora, nascida em Porto Alegre (RS) e radicada em Jaraguá do Sul (SC), Brasil.
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