quarta-feira, 18 de julho de 2012

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O Homem Mais Triste do Mundo

A Rua Barão de Lucena, em Botafogo, tem o lado par tomado quase que inteiro por residências. Já o lado ímpar, quase que por inteiro, é tomado por clínicas e hospitais. Acontece que as pessoas adoecem com alguma freqüência naquela região. Os cientistas ainda não pararam para estudar isso, mas provavelmente, quanto mais elevado o IPTU de determinada localidade, mais adoecidos estão seus moradores. As histéricas do doutor Freud, por exemplo, fossem cariocas, morariam todas para lá de Botafogo. Se é que já não moram.

Do lado ímpar, o lado das clínicas, um ao lado do outro, os seguranças se perfilam nas portarias. Das que ostentam a opulência no nome, como a Fundação Bela Lopes de Oliveira, às mais hipócritas, como o Hospital Samaritano, todas as instituições lançam mão dos seus leões de chácara.

Dentre os quais, encontra-se o homem mais triste do mundo. O sujeito trabalha à entrada do CEPEM - Centro de Estudo e Pesquisas da Mulher, cuja especialidade é a ginecologia implícita na fachada. Com sua infinita tristeza, ele é obrigado a assistir diariamente à entrada e saída de todas aquelas mulheres lindas, perfumadas, arrumadíssimas e transbordando de estabilidade financeira, mas com probleminhas em suas vaginas.

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