sexta-feira, 27 de julho de 2012

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LOUCURA




teu medo em minhas entranhas

meu cheiro em teus pesadelos

teu gosto em minhas façanhas

meu seio te lambe os cabelos




teu dedo em minha ferida

meu tempo em tua salada

tua voz, minha chaga parida

minha vida, tua encruzilhada




meus dentes em tua paixão

teu cetro vertendo meu dia

meu luto em tua aspiração

teu riso em minha alforria




teu nome em minha doença

meu corpo em tua desdita

teu hálito em minha crença

minha alma sempre maldita




meus vales em teu caminho

teu rio me deságua em mar

minha lava te banha de cio

teu pólen me faz aflorar




meu sonho e meu dia se fundem

tua noite vagueia sem pejo

os versos em nós se confundem

e a dor se transforma em desejo




loucura é esse amor sem perdão

perdido entre os tantos que somos

rescaldo de entrega e explosão

a cura do mal que não fomos



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2 comentários

O HOMEM SEM MEDO
Este comentário foi removido pelo autor.
O HOMEM SEM MEDO

Tua noite tão visceral
Crispada entranha vorpal
Teu cerne, tua entrega, teu mal
Ferrada sua lanha no pau

Versada palavra bisonha
Aplaudo tornado leitor
Em ti minha alma pois sonha
Aqui quedo teu sorvedor