Quem sabe de mim são os azulejos do banheiro,
aqueles de dentro do box,
onde deixo a água rolar pela face,
feito disfarce.
Quem entende as minhas dores
são as folhas de papel,
ou mesmo a tela de luz fria,
por onde escrevo essas coisas tortas,
feito minha parca compreensão.
Quem deturpa meus sentimentos
são esses versos primários,
esses que tento insistentemente compor,
mas que teimam em não traduzir,
feito falta de talento.
Quem me conhece
são esses dedos marcados,
são essas lembranças perdidas,
que me recordam cada dia,
feito o último.
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2 comentários
Quem te deseja saber
são esses lábios
que desejam alçar negócios
(de capa e espada?)
e impressionar seu epitélio.
Quem te deseja conhecer
são essas mãos
(simples e inglórias)
que engendram o torcer
de tua espasmódica dor.
Quem te vislumbra sagrar
são esses conjuntos lexicais
que, estultos, muito julgam ser os tais
a ponto de mover seus músculos cerebrais a comigo vir ter.
Quem de você não deseja se abster
são esses míopes olhos
que desejam ver os sons de seus ossos
massageados pela técnica que desmonta
toda dor.
Que máximo! Adorei a composição!"
Bjs,
Lílian
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