domingo, 12 de agosto de 2012

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JARDINS INTERNOS...


Há dias que sou como sombras...
Negro vestido a vagar ao léu,
movendo, pelo céu, chuvas de saudade.

Há dias que sou poemas presos
em jaulas de aço,
cantando feito rouxinol,
realejo de passarinhos.

Há dias que sou mar calado...
O sonho absurdo de uma aurora
perdida entre a lua e o sol.

Há dias, como hoje,
que sou um anzol
a laçar minhas próprias iscas...
A rasgar minhas vísceras.

Sou o esboço do sorriso impreciso...
Sou o visgo
que alimenta meu próprio jardim.


Imagem google

1 Comentário

Paulo Roberto Wovst Leite

Bonito poema Malu!

saudações.