quarta-feira, 1 de agosto de 2012

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QUANTO CUSTA UM SONHO?

“Quando sonho sou outra / Inauguro-me.” (Helena Kolody) Um sonho não custa nada, mas requer investimento em tempo, criatividade e afeto. Gestos e palavras revelam um pouco da alma e experiência, fazendo conexão com a linguagem do inconsciente: nossos sonhos. “Persegui a luz? / Mal segui-a, tendo / onde o sonho pus, / uma flor morrendo...” (Alphonsus de Guimaraens Filho) É fundamental considerar o sentimento como a mais difícil tarefa: lidar com as emoções, porque coloca equilíbrio no dia a dia. Muitas vezes temos a audácia de interpretar os sonhos, mas a graça não está em desvendá-los, mas em vivê-los. Peninha escreveu Os sonhos, que Caetano Veloso interpreta: “Não tem revolta não, eu só quero que você se encontre // ... A esperança é um dom que eu tenho em mim,.../ Tenho um sonho em minhas mãos, amanhã será um novo dia...” O ideal é sonhar com a opção que mais combina com você; repensar as experiências e fantasias, pois o poder de escolha dá a oportunidade de se reconhecer e, ainda, de viver onde podemos abrigar os nossos sonhos: verdades, o ter, o ser e o amor, porque achamos que há espaço em nossas vidas. “Agora, sim: / para onde eu flor / carrego meu sonho” , segundo Jorge Tufic. A iniciativa é verdadeiro presente e faz você se sentir amado, desencadeando alegrias. O desafio está no plano emocional, por isso, tem de descobrir realmente o que está sonhando. Viajar um pouco na realidade, com os sonhos, é viver em paz e ter a dimensão da vida. Khaled Ghoubar, escreveu, “Sonhar // como gosta a noite / a escurecer os dias / para os sonhos acordarem / dentro da nossa alma / a contar segredos e mistérios.” No meio de bombardeio de ofertas, as novidades nas vitrines, vivemos num mundo em que os apelos de consumo estão por toda a parte. É preciso lembrar que a tarefa é dar tempo ao tempo, porque não se consegue tudo o que se quer o tempo todo. “Sonho //... restitui a lembrança do esquecido / gesto não realizado: nos sonhos / a incompreensão dos fatos”, como em Pedro Du Bois. Nesta investigação, o coração aperta e muitas vezes o orçamento pressiona... um dia cai a gota d’água e você entra em curto circuito. Desaba em rompantes de emoção e nesse instante, entre o acontecido e a vontade de explodir, o desafio está em saber: quanto custa um sonho?

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