segunda-feira, 17 de setembro de 2012

0

Compensação - Capítulos I e II

 
I
Com os olhos marejados olhava aquele homem ainda bonito, em seu caixão, onde várias pessoas da comunidade vinham prestar a última homenagem. Era meu marido. Sua expressão doce e delicada estava estampada em seu rosto, pois fora sua marca durante todos os anos que vivemos juntos. Ah! Que anos maravilhosos vivemos! Meus pensamentos voaram para o início de nossa história.
II
- Senhorita, por favor! Pode dizer onde fica o Banco do Brasil?
Olhei para a pessoa que me parava na rua para fazer essa pergunta. Era um homem alto, louro, com espáduas largas, incríveis olhos azuis e doces. Então disse: "Fica na segunda quadra, nessa direção que o senhor está indo, bem na esquina".
- Obrigado! - disse ele - posso acompanhá-la?
- Não obrigada, já estou chegando ao meu trabalho.
- Desculpe-me, mas faz alguns dias que a observo. Estou hospedado no hotel aí da esquina, e todas as manhãs vejo-a passar em frente minha janela e entrar aqui nesse prédio.
- Hum! Bem! Já sabe onde trabalho, agora já sabe onde é o banco, preciso ir trabalhar.
Ele sorriu.
- Pode me dar seu telefone? Ligarei a noite para conversarmos, contarei a você porque estou aqui, porque pretendo morar aqui e você poderá me dar algumas dicas, acho que você conhece isso aqui muito bem! Não é mesmo?
- Meu telefone! Por que o daria a um estranho? Precisa me dar um bom motivo.
- Preciso de sua ajuda! - seu sorriso agora era meigo, o olhar mais doce ainda.
- Está bem. - sucumbi àquele pedido tão diferente, e dei-lhe o número do telefone de minha casa.

Seja o primeiro a comentar: