No
dia seguinte, ao sair de meu trabalho, já era tarde. Bem mais tarde que eu
gostaria que fosse. Fábio estava em casa e eu deveria aproveitar o pouco tempo
que ficávamos juntos.
Quando
entrei no estacionamento do subsolo do prédio para pegar meu carro, notei que
alguns homens vestidos com uniforme da limpeza estavam dirigindo-se para o
elevador que levava a uma das alas do edifício, onde só entrava pessoal
qualificado para a respectiva ala. E esse pessoal não era exatamente o da limpeza. Parei um pouco para pensar em quem teria dado
ordens para que esses rapazes utilizassem aquele elevador. Quando levei a mão
ao bip para comentar o fato com meu chefe, que ainda estava em sua sala,
assustei-me com a voz de Fábio em minhas costas.
–
Olá querida! Você demorou, então vim buscá-la. Afinal amanhã viajo cedo
novamente. Cada minuto com você é precioso.
–
Olá amor! Um instante só. Vou comunicar um fato um tanto insólito a meu chefe,
e já vamos.
–
Ora! O que é mais importante que eu? – falou com um acento infantil.
Sorri
e disse:
–
Nada é mais importante que você. Mas, nesse momento preciso mesmo dar um
recado. - Nesse momento meu chefe já estava
na linha do bip.
Nisso
senti uma forte dor na nuca e só me vi caindo, antes de perder os sentidos.
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