domingo, 11 de novembro de 2012

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ENTRE LIVROS E IDEIAS


A tarde de sol se apresentava generosa naquele feriado de Finados. Aliás, nem parecia sexta-feira, muito menos o dia consagrado aos mortos. A vida pulsava em cada espaço, em cada molécula, vibrante e com um largo sorriso.
   Tão quente e acolhedora era a tarde, que as pessoas saíram de suas tocas, ávidas por um passeio, um sorvete, café, ou cerveja... Um típico dia de Primavera, em que o verde se torna mais verde e as flores, mais coloridas e cheirosas.
   O Centro fervilhava! Também não era para menos, com a divulgação de livros para as mais diversas destinações a preços mais acessíveis. Os balaios de ofertas eram garimpados avidamente e as obras eram disputadas como joias raras.
  Uma imensa área foi destinada aos estandes, distribuídos em quadras inteiras. Tudo foi meticulosamente planejado para atender as expectativas do eclético público e contemplar todos os gêneros literários.  
   Corredores e mais corredores, cobertos por extensas lonas, atraiam as mais variadas tribos – professores, alunos, intelectuais ou pseudo-intelectuais, profissionais liberais, artistas, desempregados, desocupados, azaradores de plantão... Enfim, um caldeirão em plena praça pública! Todos circulando de lá para cá e de cá para lá, ininterruptamente...
   Alguns trocavam ideias sobre autores, enquanto outros ouviam atentamente os autores durante o lançamento de seus livros. Isso sem falar nas atrações culturais paralelas, como exposições, debates, exibição de “cult movies”, performances e intervenções artísticas.
   Enquanto caminho fascinada por entre os estandes, querendo comprar bem mais do que o meu bolso permitia, uma onda de nostalgia toma conta de mim ao ver as crianças no parquinho que um dia também frequentei. Os monumentos históricos, belos e solenes, continuam ali. Sento no banco onde estão as estátuas de metal em homenagem a Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade e uma emoção indescritível me arrebata. Vivenciar a 58ª Feira do Livro de Porto Alegre, na Praça da Alfândega, definitivamente mexeu comigo! 

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