quinta-feira, 22 de novembro de 2012

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ROTEIRO


  Uma viagem, uma maneira de se afastar de si mesmo. A possibilidade de ser um outro alguém.
  No caminho pelo qual há alguns séculos haviam passado nobres da corte portuguesa, as montanhas se mostravam imponentes e indiferentes a tudo.
  As grutas ao contrário das obras barrocas encontradas na superfície, esculpiam pacientemente, suas obras, algumas de tão pouca vaidade se escondiam no subterrâneo, onde o olhar do homem não pode alcançar.
  As curvas sinuosas da estrada o fazia lembrar da sempre presente possibilidade de morrer, o medo atraia sua mente para o interior da serra, vergonha reforçada pelo olhar dos santos que residiam dentro das igrejas.
  A solidão do quarto o fazia recordar de que não existia conforto em seu retorno, pois ainda sentia-se o mesmo, o mesmo perdido em si, que não tinha um lugar pra chamar de seu.

1 Comentário

Anônimo

Estou precisando de uma viagem dessas. Embora saiba que não há solução. Não há como fugir do labirito pq o labirinto se movimenta com vc onde quer que vc vá. Negócio é manter as mãos ocupadas e ir tocando sem pressa. Acertou de novo, não é novidade!
Daniel Lopes