Fábio havia me usado. Sabendo que eu tinha
acesso a muitos dos segredos da empresa, segredos estes que, por confiança
naquele sorriso traiçoeiro, deixei escapar. Mas, esse homem, eu considerava meu
marido. Por exemplo: um mês antes
dissera a ele que trazia assuntos confidenciais para resolver em casa, por
achar seguro e ter mais tranquilidade para trabalhar. Ele ainda avisara, –‘tome
cuidado, com essas coisas não se brinca’ – e eu não Sabia disso? Mas ia
desconfiar de meu marido? Eu o amava. Bem, acho que o amava. Agora estou com um
ódio danado dele. O infeliz mandou me matar!
Rafael
ordenou rapidamente:
–
Saia pela porta dos fundos e corra até um carro preto que está do outro lado.
Terá que passar pelo quintal do vizinho, mas ele já está avisado, irá ajudar se
necessário. Saí correndo e fui em direção ao quintal dos fundos de minha casa.
O vizinho estava varrendo as folhas caídas, e me fez sinal para que me
dirigisse à frente. Entrei no carro estacionado que arrancou imediatamente. O motorista abriu caminho com as sirenes ligadas,
e minutos depois alcançou a autoestrada, uma grande rodovia que levava ao
interior do estado.
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