quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

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Enganos da Vida - Capítulo VII


Fiquei sabendo do assalto ao banco que eu trabalhava pelos jornais. Esses jornais me eram trazidos todos os dias no cativeiro improvisado em que me encontrava.  Explicaram-me que era necessária essa precaução, de me conservar escondida, porque os bandidos acreditavam que eu havia morrido na explosão do porão de minha casa. Essa explosão foi causada por uma bomba colocada lá por Rafael, que continuava se passando por um deles. Só Deus sabia até quando.
Os jornais diziam que fora encontrado um corpo carbonizado no porão explodido, e acreditava-se que seria da proprietária da casa. O marido inconsolável, dissera que estava em viagem na ocasião do ocorrido. Mentiroso. Acreditava-se viúvo e dono de minha casa, agora que eu estava “morta”. Bandido sujo.
– Como a polícia vai provar que era eu lá, se eu estou aqui bem vivinha? – perguntei à moça que me levava comida, roupas limpas, jornais e tudo o mais que lhe pedia.
– Não se preocupe. Para os Federais nada é impossível. Esses bandidos não sabem com quem estão lidando.
– Disso eu sabia. Tinha a máxima confiança nos Federais, como dizia a moça. São homens bem treinados, inteligentes, fortes e destemidos. Só espero que nada aconteça ao Rafael. Por algum motivo havia simpatizado com ele. Nos dias em que trabalhou na empresa foi sempre muito simpático. Só por alguns momentos desconfiei dele lá no porão de minha casa. Mas agora sei que é corajoso o suficiente para entrar em um covil de facínoras.

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