A infalibilidade além dos meus domínios
Alguma coisa sobre a decrepitude
O erro e a fraqueza humanos
Fosso onde hei de habitar
Por detrás do manto de sisudo esquecimento
Sem espaço para a dúvida irresoluta
As tentativas vãs
Ou o acaso fortuito
Desaparecerei sem restar sombra
Quando o sol se for
Na penumbra dos dias
Entre devaneios e sonhos bestas
Carregarei o vazio imenso
Este sim o meu legado
Livre e leve ao vagar
Rastejarei, caminharei, correrei
Andarei e arrastar-me-ei novamente
Por tão pouco
Sina de criatura amorfa
Semeadora de morte
Às valas de pretenso cultivo
Os órgãos despedaçados por ilusões tolas
Vento da manhã
Peço apenas que lance ao mar minhas cinzas
Esse devorador de intenções salobras
Sejam elas boas ou más
Que eu possa ao menos
Descansar em paz
2 comentários
A finitude e uma bela maneira de canta-la e vive-la, na " divina ocasião das nossas cinzas ".Parabéns,meu amigo.
André,
Grato pela Sua Percepção!
Vez por outra exercito a tentativa de transformação da constrição em poesia. Os versos machucam menos que o sentimento em estado bruto.
Um Forte Abraço, Jorge
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