sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

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ESPUMA - JANDIRA ZANCHI




quando percebo o crespo curvar de teus dedos presos ao meus
arranhando um pedido de proteção e despedida
não sei de nenhum entendimento para além das árvores,  que agarradas
ao solo, estão no ar e na noite assoprando sua ciência do desconhecido
fragmentado na dor e no murmúrio da vida
nenhum descuido será mais breve do que a entrega nos olhos
dos que se mentem – por anos e silêncios –
da verdade, essa espuma no cálice -  agora suave  -pois enfim
é límpido o céu de nossos esquecimentos.

3 comentários

Pablo Flora

É de uma sensibilidade neossimbólica incrível! Abço

Jandira Zanchi

Obrigada, querida, o que sabemos só descobrimos na poesia. Abraço.

Jorge Xerxes

Jandira,

Um Ótimo e Inspirado Poema!

Beijos,

Jorge