quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

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O CARRO DO SOL 6 - JANDIRA ZANCHI




O CARRO DO SOL
6.

-              Com todos os seus descaminhos o Universo soube formar-se louçã e livre e, persegue, em cada embrião, uma boa forma.
-              O primeiro passo é a obtenção de espaço para deslizar no tempo. O peso de si mesmo extenua e não suporta o vergar da dor. O que se fez se quer límpido e conforme, libertando as resistências e travas de suas vizinhanças. Nada impede que o empecilho resvale no próprio fim.
-      O mais forte? – sorriu Mona.
-              Não, o que melhor fizer a trilha e o pressentir do movimento.
-      Então o mais fluído?
-      Se em terras de espaços livres.
-      O de mais sorte?
-      Quando assentado em variedade de posições.
-      O imprevisível?
-      Sempre e nunca em seu conjunto de dissonâncias.
-      Logo nada se sabe.
-              E tudo se pressente, todo código se procura, em cada encontro o outro sob nova luz.
-      No começo foi o peso e a força e a garra e a sorte e o medo e o deus.
-      Chegaram até nós, porém.
-              Pois, na sombra e sua ameaça estava cada parte, partícula ou película, refazendo-se pronta e pura como prenda da luz.
-    Felicidade e bem estar são as garantias do correto estabelecimento.
-      E parece favorecer a sorte a tão poucos... injusto?
-      Os bens se entornam em torno da forma. Quem bem a adquiriu...
-              Por isso é Apolo o primeiro príncipe e condutor.
-      Sim, Mona, a justiça da natureza não segue os ditames da consciência.
-       Somos primeiro natureza, afinal. Os ditames da consciência serão imprimidos por nós.
-              Depois de vencer os mitos de Apolo e do Condutor. Então a nave dourada aportará o homem em sua nova forma, que fluída e ciente, escolherá a justiça e a paz. Não se pode evitar o percurso do trajeto, antes, deve-se buscar a redoma e sua simplicidade até o despertar do Grande Arquétipo.
-              Mona se faz sábia e deixa que a afronta seque ao vento e no tempo de seu silêncio.

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