O CARRO DO SOL
6.
-
Com todos os seus descaminhos o Universo soube
formar-se louçã e livre e, persegue, em cada embrião, uma boa forma.
-
O primeiro passo é a obtenção de espaço para
deslizar no tempo. O peso de si mesmo extenua e não suporta o vergar da dor. O
que se fez se quer límpido e conforme, libertando as resistências e travas de
suas vizinhanças. Nada impede que o empecilho resvale no próprio fim.
- O mais
forte? – sorriu Mona.
-
Não, o que melhor fizer a trilha e o pressentir do
movimento.
- Então o
mais fluído?
- Se em
terras de espaços livres.
- O de mais
sorte?
- Quando
assentado em variedade de posições.
- O
imprevisível?
- Sempre e
nunca em seu conjunto de dissonâncias.
- Logo nada
se sabe.
-
E tudo se pressente, todo código se procura, em
cada encontro o outro sob nova luz.
- No começo
foi o peso e a força e a garra e a sorte e o medo e o deus.
- Chegaram
até nós, porém.
-
Pois, na sombra e sua ameaça estava cada parte,
partícula ou película, refazendo-se pronta e pura como prenda da luz.
- Felicidade
e bem estar são as garantias do correto estabelecimento.
- E parece
favorecer a sorte a tão poucos... injusto?
- Os bens
se entornam em torno da forma. Quem bem a adquiriu...
-
Por isso é Apolo o primeiro príncipe e condutor.
- Sim, Mona,
a justiça da natureza não segue os ditames da consciência.
- Somos primeiro
natureza, afinal. Os ditames da consciência serão imprimidos por nós.
-
Depois de vencer os mitos de Apolo e do Condutor.
Então a nave dourada aportará o homem em sua nova forma, que fluída e ciente,
escolherá a justiça e a paz. Não se pode evitar o percurso do trajeto, antes,
deve-se buscar a redoma e sua simplicidade até o despertar do Grande Arquétipo.
-
Mona se faz sábia e deixa que a afronta seque ao
vento e no tempo de seu silêncio.
Seja o primeiro a comentar:
Postar um comentário